Para reter águas pluviais e até mesmo de degelo, onde não há disponibilidade de uma fonte regular de água, como no Nordeste Brasileiro (por exemplo), as Cisternas são amplamente utilizadas.

Em regiões urbanas, apesar da presença do fornecimento de água, as Cisternas são utilizadas como prevenção sob eventuais lapsos de abastecimento. Já em edifícios, que recebem água da rede pública para posterior bombeamento para caixas superiores. Enfim, são diversas as aplicações…

Mas como são dimensionadas? A resposta está justamente no propósito da aplicação.

Entre as consultas que recebemos aqui na Effizi, a mais freqüente é a de interessados de diversos setores (residencial, comercial, industrial, etc) em captar águas pluviais e desejam informações sobre o tamanho adequado da Cisterna a ser adotada.

São várias as maneiras de abordar o dimensionamento de Cisternas para armazenamento de águas pluviais mas, se a captação pluvial irá atender fins não potáveis em cenários de demanda constante, o método de Rippl é muito utilizado. Trata-se de um método simples que considera:

A seguir, vamos deixar um exemplo de como definir a capacidade de uma Cisterna para a captação de águas pluviais pelo método Rippl para demanda constante.

Em nosso exemplo vamos adotar:

Área de Captação (telhado/cobertura) 100m2
Coeficiente de Aproveitamento na Captação 80%
Necessidade Mensal de Água Não Potável
(equivale a 40% do total de uma casa média c/ 4 pessoas gasto em bacias sanitárias)
8.000 litros
Média Mensal de Chuva do Local Cidade de São Paulo

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Mês (A) (B) (C) (D)
mm m3
Janeiro 272 22 14 18
Fevereiro 243 19 11 18
Março 223 18 10 18
Abril 89 7 -1 17
Maio 92 7 -1 16
Junho 47 4 -4 12
Julho 40 3 -5 7
Agosto 30 2 -6 1
Setembro 82 7 -1 0
Outubro 121 10 2 2
Novembro 114 9 1 3
Dezembro 216 17 9 12
Soma dos
meses negativos
-18

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(A) = média de chuvas (sem milímetros) nos últimos 20 anos.

(B) = área do telhado x (A) x 0,8 (coeficiente de aproveitamento) / 1000.

(C) = quantidade captada (B) – Uso (8 m3).

(D) = nível do reservatório ao final de cada mês. Mês anterior + captação – uso.

Neste exemplo, o volume sugerido para atender a um consumo de 8m3/mês, dentro das condições locais de precipitação, área de cobertura e eficiência geral seria de 18m3.

Como sabemos que não há como dispor de 100% do reservatório já que sempre haverá uma pequena quantidade no fundo, um Reservatório de 20m3 seria, por este método, o adequado.

Cabe pontuar que o método adota entre as premissas a precipitação média esperada no período de um ano. Claro que esse volume pode variar tanto para mais como para menos. Entretanto, há uma notável lógica que considera períodos úmidos, secos, e a relação direta entre as “capacidade de captação x demanda”.

De qualquer modo, caso as chuvas venham muito abaixo do esperado em um certo período, há como dotar o sistema de um “Plano B”. Mas isso fica para um próximo post…

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